Poderá minha alma sobreviver ao impacto da morte?
Meu corpo já sem vida prostrado,
Corpo que viveu em dor, corpo que nunca se encontrou, apenas um corpo...
Poderei eu sentir as etapas sombrias que meu corpo irá sofrer?
Serei eu mais importante do que o ser que seguirá o ciclo?
O que serei eu? O que eu sou?
Como será o dia? Como estará o tempo?
Que importâcia terá o fim de meu corpo?
Quais dúvidas serão saciadas?
Haverá mesmo um mistério?
Ledo engano pensar que haverá algum sentido?
Apenas uma certeza de que alguém um dia existiu?
Certeza esta que se espalhará como pó, que nem mesmo um pequeno resquício irá deixar.
Um corpo, sem vida, sem alma, apenas um corpo
Que ali ficará.
O que será a morte senão a própria vida?
O que será a vida sem o sopro da morte
O corpo seria apenas a moradia de algo maior?
Quem sabe, seja apenas o alimento para outras vidas
E tudo se baseie nisso.
Viver seria o alimento da morte?
A morte carrega consigo uma lágrima presa
Uma lágrima que massacra o peito, fere as entranhas
Corta como navalha afiada.
A morte carrega consigo uma frieza
mas que na verdade é todo sentimento.
A morte leva consigo toda dor e a devolve em dobro para a vida.
Jabs
