domingo, 1 de novembro de 2009

O meu nome...


Esse texto é uma pequena homenagem ao homem que se chama Wendel
Que hoje entrou na multidão e gritou seu nome em meio a um surto.
Será?
Não sei, mas eu ouvi seu nome e vi seu rosto.
Você tem um nome...


Eu sei o meu nome
E o grito
Mas vocês me olham estranho
Vocês temem
Vocês fogem de mim.
Pois eu entrei aqui no meio de vocês
No meio dessa multidão
Eu vejo seus rostos
Mas vocês não dizem seus nomes...
Em que mundo vocês estão?
Será o mesmo que o meu?
No meu mundo, as pessoas são assim
Assim mesmo, do jeito delas
E elas não escondem nomes e nem rostos
E vocês sentados assustados se perguntam:
Como é viver no mundo dele?
Eu nem sei ao certo
Mas eu tenho um nome
E não me envergonho de gritar aos quatro cantos
Se lhes incomodo é por não entender
Por que vocês não gritam seus nomes assim como eu?
Por que vocês se escondem se na verdade para vocês
Eu que deveria me esconder?
Eu tenho um nome
Eu sou único
Eu sei que não sou outro
Mas vocês me olham e pensam:
Este homem é um louco!
Vocês olham com preconceito
E eu apenas digo-lhes quem eu sou
Mas vocês nem meu nome escutam
Só me reprovam e procuram fuga
Mas meu nome é muito
Talvez tudo que me restou.


Jussara Augusta

2 comentários:

  1. "Mas meu nome é muito
    Talvez tudo que me restou."

    Amiga, ainda estou refletindo sobre esse texto, com certeza voltarei a lê-lo várias vezes, mas essa frase acima tocou-me por demais, impressionou-me demais...
    Forte essa ilustração que vc colocou, gostei muito.
    É, Jussara Augusta, a senhorita tem muito a mostrar nesse blog. Ele está tão bem arrumado. Gostei de tudo: cor, apresentação, título, a citação de Neruda...
    Parabéns!
    Beijos, amo vc mais que demais!

    ResponderExcluir
  2. ô litinha,
    Você sempre próxima, rss.
    Esse é um texto sobre um homem que grita o seu nome na multidão, e a forma como ele grita faz com que pareça tudo que ele te.
    Te AMO!!
    Beijos!!

    ResponderExcluir