segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Saindo do casulo


Borboleta saindo do casulo
Ainda não sabe o que à espera.
Fora do casulo ela é ainda mais frágil
Porém assume seu posto de borboleta
E assim deve ser.
Borboleta olha ao redor
Mundo imenso
Tantos horizontes
Perdida entre as flores procurando algo
Que a faça ser borboleta de verdade
Bate as asas mas não sabe para onde voar
Ah! Borboleta não quer mais o casulo
Borboleta não pode mais voltar para lá
Ela é colorida e pode voar para qualquer lugar
Por um instante se esquece que pode bater suas asas
E há tantos perigos no caminho...
Mas ela esperou tanto tempo
Foi ali no casulo que se transformou
É hora de compreender que há bem mais além do que ela vê
Ela deixou agora o que lhe escondia
Então, bata suas asas borboleta
Vá até onde puder
Vá para o infinito...

Jussara Augusta

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

caminhando...


Muitas vezes eu caí
Não senti a dor da queda nos ferimentos do corpo
Mas senti cada parte dilacerada em mim.
Em pé e em meio à multidão
Estava eu caída e chorando por dentro.
Ainda estou em processo de curar minhas feridas
A maioria, admito, feitas por mim
Que não soube defender-me de mim mesma.
Não me reconheço como deveria
Ainda me vejo como não gostaria
Um passo de cada vez
Sangrando, sufocando, chorando
Por fora, um corpo que caminha nos trilhos da vida
Sentindo mas vivendo
Viver é o caminho
Seja lá onde vai dar...

Jussara Augusta